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segunda-feira, 15 de junho de 2009

PMBOK e Métodos Ágeis

No PMBOK não há proibição ao uso de Métodos Ágeis, assim como não advoga pelo ciclo em cascata para o desenvolvimento de projetos. Ao contrário ele descreve que o ciclo de vida depende do projeto e da empresa.

O que o PMBOK diz:

"É importante observar que muitos processos dentro do gerenciamento de projetos são iterativos devido à existência, e necessidade, de uma elaboração progressiva em um projeto durante todo o ciclo de vida do projeto" (PMBOK, 2004 p. 20).

Não existe uma única melhor maneira para definir um ciclo de vida ideal do projeto. Algumas organizações estabeleceram políticas que padronizam todos os projetos com um único ciclo de vida, enquanto outras permitem que a equipe de gerenciamento de projetos escolha o ciclo de vida mais adequado para seu próprio projeto...” (PMBOK, 2004 p. 20).

Gosto da visão dada por Alan Kock em sua apresentação "The Agile Manifesto and The PMBOK", de como pode ser trabalhado de forma iterativa os grupos de processos do PMBOK. Conforme figura:




Na sua apresentação, Kock aborda as compatibilidades e incompatibilidades entre a forma que o PMBOK trata os grupos de processos e as práticas Ágeis. Mas também sugere formas de fazer a conciliação nos casos de imcompatibilidade.

O certo é que não é tão simples, é preciso saber adaptar o processo, para a realidade do projeto e/ou empresa.

Os Métodos Ágeis além de abordarem o desenvolvimento de software de forma iterativa, evolutiva e incremental, são mais dinâmicos e flexíveis. Há forte ênfase na proximidade e comunicação com o cliente. Mais que apenas a mudança no ciclo de vida do desenvolvimento, há uma mudança de valores e princípios.

O gerenciamento de projetos Ágil e Tradicional, embora partam de pressupostos diferentes, podem coexistir e conviver bem em um mesmo ambiente. É necessário considerar criteriosamente o ambiente correto. A abordagem Ágil traz ótimos resultados em um projeto de desenvolvimento de software, mas o planejamento e acompanhamento tradicional podem agregar valor para grandes marcos, como releases e iterações e atividades não relacionadas diretamente a produção do software, como também no relacionamento de dependência entre projetos.

domingo, 24 de maio de 2009

Qualidade do Processo = Qualidade do Produto ?!

Após a 2ª Guerra Mundial a indústra japonesa passou a destacar-se mundialmente, principalmente pela qualidade de seus produtos. Houve então uma corrida, nas décadas 80 e 90, do mundo inteiro para alcançar o Japão. Nessa época a adoção de programas de qualidade e melhoria continua espalhou-se pelo mundo afora, influenciadas pela indústria japonesa.

Surgiram muitas normas internacionais, das quais a família ISO 9000 (International Organization for Standardization) são as mais conhecidadas. E com as normas, surgiram também as certificações que atestam que a empresa utiliza um processo de acordo com elas. Na área de software não foi diferente. O CMMI (Capability Maturity Model Integration) é o modelo mais famoso.

Seguindo na mesma direção da busca da excelência surgiram outros modelos e propostas para as mais variadas áreas de atuação, como o gerenciamento de projetos, hoje amplamente difundido nas organizações de todo o mundo. O PMI (Project Management Institute) com o seu PMBOK Guide, vem sendo adotado em empresas de todos os tipos, para gerenciamento dos mais variados tipos de projetos. Inclusive de software.

Estes programas, normas e guias tem como base a idéia de que a "qualidade do produto está intimamente ligada a qualidade do processo de produção". Será? Concordo com esta afirmativa, não se pode porém crer que sempre funciona assim. Não é uma lei.

Ao estudar a origem e/ou princípios destes modelos e normas, todos estão realmente interessados com a qualidade dos produtos (seja um carro, software e/ou serviço). Porém, com o passar do tempo, em muitos casos a adoção destas normas e a busca pelas certificações tem virado muito mais uma busca por um selo para diferenciar-se no mercado, do que um genuíno interesse por gerar produtos com qualidade.

Foca-se tanto no processo e na certificação, acreditando-se que o processo garantirá um produto com qualidade, que no final das contas o produto (serviço) fica em segundo plano.

O que ocorre é que na maioria das vezes o "processo fica mais organizado, mas não necessariamente o produto é gerado com maior qualidade".

Quem é a principal referência na definição de qualidade de um produto e/ou serviço? O Cliente. E creio que este é um dos diferenciais dos Métodos Ágeis, pois esse principio é seguido com afinco. Trazer o cliente para perto, ele definir o que é VALOR para ele, e ele validar o produto.

Os Métodos Ágeis também trabalham na organização do processo, mas o FOCO NA QUALIDADE do produto é muito maior.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Agile e PMBOK - Um Encontro Marcante Para a Gerência de Projetos

Ontem ocorreu na empresa onde trabalho um evento voltado ao Gerenciamento de Projetos. É um evento de dia inteiro, onde ocorrem palestras com pessoas convidadas de fora da empresa e também de projetos internos da empresa.

É o segundo ano que ocorre este evento (uma louvável iniciativa da empresa e dos organizadores), e o segudo ano que o Daniel Wildt é convidado para palestrar sobre Métodos Ágeis.

Neste ano ocorreu uma situação anormal, mas muito legal e que vai de encontro com o tema do meu Trabalho de Conclusão. A palestra de abertura foi do Daniel, falando sobre "Planejamento com Métodos Ágeis" e a palestra seguinte era sobre "A Gerência da Mudança" por Mauro Sotille do PMI. De um lado uma fera do Agile no Brasil e do outro um mito da Gerência de Projetos, conhecido internacionalmente.

Inevitavelmente surgiram perguntas entre os ouvintes sobre se era possível a convivência e/ou trabalho em conjunto de PMBOK e Métodos Ágeis. Daniel falou que sim, e explicou em que situações eles poderiam trabalhar juntos. Nesse momento acabou citando inclusive meu trabalho, na qual creio que devo compartilhar mais aqui neste canal sobre as conclusões e resultados. Tema para outros posts.

Antes do Daniel concluir a sua palestra, Sotille estava no auditório esperando a sua vez de palestrar. Quando o Daniel terminou sua palestra, o Sotille pediu que o Daniel ficasse para os 15 minutos iniciais de sua palestra.

Sotille fugiu um pouco ao protocolo, e antes de entrar realmente no tema de sua palestra, iniciou falando sobre Métodos Ágeis e o PMBOK. Disse que defende os Métodos Ágeis. Mostrou o quanto este assunto está sendo cada vez mais abordado e olhado pelo PMI. Defendeu que a 4ª Edição do PMBOK, da qual foi um dos colaboradores, teve mudanças influenciadas pelos Métodos Ágeis, entre elas o planejar o projeto iterativamente, por fase. Mostrou que há grupos de estudo de Métodos Ágeis dentro do PMI e que tanto em eventos Agile quando do PMI, tem tido palestrantes de um e outro mundo.

Muitos radicais do mundo Ágil quanto da Gerência de Projetos tradicional não aguentariam ficar no auditório e presenciar uma cena dessas. Mas foi incrível, creio que foi um momento único e que gerará frutos para a empresa e para a Gerência de Projetos aqui no RS.

Claro que sempre há ressalvas.

Uma pessoa que abraça Métodos Ágeis tende a usar como base os principios e valores Ágeis e adaptar para usar alguma prática e/ou gerar algum artefato do PMBOK quando vê que pode gerar algum valor. Vai depender do projeto e do ambiente. Da mesma forma, o PMI defende os Métodos Ágeis não sem suas ressalvas. Ambos estão certos, é preciso ser flexível, sensível ao ambiente e ao projeto.

Lutar um contra o outro não vai trazer ganhos, mas perdas, é perder tempo, e isso não vai gerar valor. Os dois podem conviver juntos? Sim, mas tem que adaptar as necessidades do negócio.

Creio que no futuro, e o Sotille defendeu esse ponto de vista, os dois mundos tendem a estarem cada vez mais integrados, e o PMBOK cada vez mais alinhado com os Métodos Ágeis.